Olá, olá e hoje temos uma novidade no blog. A Drª Magda Gabriel, psicóloga clinica, vai ajudar-nos a por as ideias em ordem com os seus doutos esclarecimentos! Desta vez falamos de azar!!!
Tenho sempre azar ou estou a boicotar-me?
Quem já não sentiu necessidade de mudar e acordou um dia a dizer para si mesma: “É hoje! É desta!” Mas afinal nada mudou nem nesse dia, nem no seguinte… os dias, os meses vão passando e tudo continua igual.
Começamos por ter um sonho, um objetivo que imaginamos ser possível (mudar de emprego, de companheiro, estabelecer-se por conta própria…). Quando tentamos torná-lo realidade começam a surgir as dificuldades. Apercebemo-nos que outras dificuldades, ainda maiores, poderão surgir. Aparece então, a insegurança, o medo de fracassar e, finalmente, começamos a inventar desculpas para não concretizar esse sonho, a culpar alguém ou as circunstâncias e desistimos. Justificamos então, aos outros e a nós próprias: “Tenho sempre azar… as coisas nunca me correm de feição”. No fundo, desistimos de lutar e vencer. Boicotamo-nos.
Mas porque é que isto acontece?
Aquilo que somos hoje, a nossa personalidade, é fruto do nosso passado, das nossas vivências. O auto boicote esconde muitas vezes, uma baixa auto estima, um sentimento de incapacidade, sentimento este, que leva a uma grande insegurança e a um medo de arriscar. Mas, para realizar sonhos é necessário sair da nossa zona de conforto e isso pode tornar-se assustador. O auto boicote é na maioria das vezes, difícil de controlar pois trata-se de um processo inconsciente ou seja, não damos conta que estamos a repetir os mesmos comportamentos, aqueles que todas as vezes que acontecem dizemos para nós mesmas: “Não vou voltar a fazer isto. Para a próxima vai ser diferente”. Apesar de haver uma parte de nós que quer mudar, o nosso inconsciente não permite fazê-lo.
O que podemos fazer?
Quando nos sentimos nesta encruzilhada é bom pararmos para pensar: “O que está a impedir-me de mudar, de ser feliz, de atingir os meus objetivos?”. Uma amiga, um companheiro podem nesta altura, ser um bom “espelho”. Alguém que nos reflita que estamos a cometer o mesmo erro. Ao tornar-se consciente é possível mudar o rumo das nossas vidas.
Contudo, há situações em que tomar consciência desses comportamentos e tentar modificá-los pode gerar bastante ansiedade. Nessa situação, é aconselhável procurarmos ajuda de um Psicólogo para que, de uma forma acompanhada, possamos conhecer-nos a nós próprias e o que nos tem aprisionado e impedido de nos tornarmos no que queremos ser.
Devemos permitir-nos ser felizes! Todas temos esse direito!